Crítica Thunderbolts (2025): Um mergulho sombrio no lado quebrado da Marvel

Faaaaala galera Nebulosa!!! A Marvel encerra a Fase 5 do MCU com uma proposta ousada e arriscada: E nesta nossa crítica Thunderbolts não é um filme de heróis, mas de sobreviventes — emocionalmente instáveis, moralmente ambíguos e psicologicamente marcados. Com uma pegada mais contida, sombria e dramática, o longa dirigido por Jake Schreier aposta na profundidade dos personagens ao invés do espetáculo visual desenfreado.

Enredo e ambientação

Thunderbolts gira em torno de uma missão de alto risco encomendada pela CIA, liderada pela fria e manipuladora Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus). A tarefa para evitar que artefatos importantes sejam roubados reúne um grupo improvável: Yelena Belova, Fantasma, Treinadora e o conturbado John Walker. A premissa pode até lembrar Esquadrão Suicida, mas o foco aqui é bem mais psicológico do que explosivo.

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A narrativa mergulha nos traumas individuais de cada personagem, explorando o que os torna quebrados — e talvez, redimíveis. É uma história sobre escolhas difíceis, lealdades frágeis e o peso de um passado que insiste em voltar à tona. O clima de tensão é constante, e a missão que parece ser apenas mais uma operação governamental logo se revela muito mais pessoal para todos os envolvidos.

✅ Pontos positivos

🧠 Desenvolvimento de personagem acima da média:
Ao invés de correr para a próxima cena de ação, o roteiro reserva tempo para que cada membro da equipe tenha seu momento. Yelena luta com a culpa e o luto. Bucky encara de frente os fantasmas do Soldado Invernal. E até personagens antes rasos, como Walker e Fantasma, ganham camadas, talvez só um ponto seja ter dado mais profundidade para as histórias destes dois.

🎭 Atuações intensas e emocionalmente cruas:
Florence Pugh mais uma vez mostra uma boa atuação. Sua Yelena é afiada, sarcástica, mas visivelmente abalada pelo peso do luto de ter pedido uma irmã. Sebastian Stan entrega uma performance silenciosa e cheia de tensão, é o personagem que mais foi desenvolvido ao longo dos anos, então não é necessário ele falar nada para saber exatamente pelo o que ele passou e que consequências isso trouxe. Destaque também para Lewis Pullman como Bob (Sentinela): sua presença é ao mesmo tempo ameaçadora e trágica, representando o desequilíbrio emocional em forma de superforça.

🎬 Direção intimista e clima sombrio:
Jake Schreier opta por uma direção contida, com poucos exageros visuais. A fotografia aposta em tons frios e uma paleta escura que reforça o peso emocional da narrativa. As cenas de ação são pontuais, mas bem coreografadas — cada confronto tem um motivo e uma consequência. A referência utilizada da tragédia em Hiroshima traz um tom pesado em linha com a narrativa quer contar.

🧱 Temas relevantes:
Diferente de muitos filmes da Marvel, Thunderbolts fala abertamente sobre saúde mental, culpa, abuso de poder e identidade. É um filme que abraça a fragilidade emocional como parte essencial da construção de um herói — ou de alguém tentando não ser um vilão.

⚠️ Pontos negativos

📉 Ritmo desigual:
Embora a abordagem mais lenta seja um diferencial positivo, há momentos em que a trama parece estagnar. Algumas subtramas poderiam ter sido mais dinâmicas para manter o fôlego narrativo constante.

🧩 Personagens subaproveitados:
Guardião Vermelho serve quase sempre de alívio cômico, perdendo espaço para momentos mais impactantes. Treinadora e Fantasma, que têm passados ricos, não recebem a profundidade que mereciam — especialmente em um filme que foca justamente em traumas. John Walker que também tem questões bem conturbadas para serem trabalhadas, foi tratado de forma bem superficial. O foco ficou sobre os traumas da Yelena como profundidade de personagem e do Bob que era a linha narrativa que precisava ser seguida.

🎨 Poucas cenas de ação:
A falta de cenas de ação deixam o filme um pouco parado em algumas vezes, mesmo as poucas cenas que têm serem bem trabalhadas, até na questão de CGI, elas são curtas e rapidamente interrompida.

🧩 Impacto no MCU

Thunderbolts não é apenas o fechamento da Fase 5, mas uma ponte emocional para o que vem na Fase 6. É um lembrete de que os maiores conflitos nem sempre vêm de alienígenas ou entidades cósmicas, mas das falhas humanas.

O filme prepara o terreno para o futuro da Marvel, principalmente no final do filme e cena pós-credito (que inclusive tem duas, então nada de ir embora antes!), mas faz isso sem se tornar uma vitrine, o filme é contido nele só e nos seus traumas, ele se sustenta como história própria — e isso é raro no MCU atual.

🎯 Depois desta crítica Thunderbolts vale a pena assistir?

Sim. E não apenas se você for fã da Marvel.

Thunderbolts é para quem já está cansado das fórmulas de sempre. É para quem quer ver personagens realmente falhos, vulneráveis e contraditórios tentando fazer a coisa certa — mesmo sem saber exatamente o que é “certo”. É um filme de ação, sim. Mas é, acima de tudo, um estudo de personagens disfarçado de blockbuster.

⭐ Nota Final: ★★★★☆ (4/5)

Apesar de falhas no ritmo e algumas oportunidades perdidas, Thunderbolts é uma das produções mais ousadas da Marvel nos últimos anos. Um filme que troca fanservice por emoção, e que mostra que até os quebrados merecem uma chance.

E você já assistiu o filme? O que achou? Conte pra gente

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